Setembro 18, 2024

“O PONTO FORTE FOI SEM DÚVIDA O BALNEÁRIO” Rui Gomes

Vencedor do Prémio melhor treinador do mês, fomos ouvir o treinador do Mortágua.

Antes de mais, parabéns pelo premio. Começo por perguntar quais eram as expectativas no início da época? Foi uma época bem conseguida?

 

As expectativas do clube eram a manutenção, tendo em conta as condições e o contexto geográfico onde está inserido.

A época não começou como desejávamos em termos de pontuação, mas posteriormente acabou por ser uma temporada bem conseguida, por termos garantido a manutenção no Campeonato de Portugal.

Queria ir a esse ponto também. A equipa até à jornada 19: 5 vitórias, 6 empates e 8 derrotas. Nas últimas 7 jornadas, conseguiram 5 vitórias, 1 empate e 1 derrota. Qual foi o segredo? O que foi que mudou? Adotou um aspecto diferente no seu jogo?

Não mudámos grandes coisas na forma como vínhamos a atuar. O que é certo é que este campeonato é muito equilibrado e tanto podem acontecer séries de resultados positivas, como o contrário. Nesta ponta final tivemos a felicidade de estarmos muito estáveis mentalmente e penso que foi isso que influenciou positivamente o nosso jogo. Nunca fomos ansiosos e esse talvez tenha sido o segredo para o sucesso desta reta final.

Como é que define o seu plantel? Qual é o ponto forte do Mortágua desta época? Houve alguma lacuna que tenha detetado na sua equipa, conseguiu corrigir? Algum jogador (um ou mais) merece ser destacado no seu entender?

O plantel é definido mediante as condições existentes e basicamente por jogadores que habitem relativamente perto de Mortágua, visto que treinávamos em horário pós laboral. Acima de tudo com muitas horas de observação e com a tentativa de convencimento por uma ideia de jogo que faça os jogadores terem gosto pelo que fazem.

O ponto forte foi sem dúvida o balneário e o grupo de jogadores existentes. Foram exímios, especialmente nos momentos mais delicados e sensíveis da temporada.

Da época passada para esta, perdemos todos os nossos atacantes. No marcada de verão, as opções que conseguimos trazer pro plantel não produziram o efeito previsto. Em janeiro retificamos com a entrada de três jogadores para o setor ofensivo e isso veio a tornar-se decisivo…

Quer destacar algum momento que lhe tenha marcado? Uma fase, um jogo, ou golo, uma defesa, um ambiente, etc

Há dois jogos que nos marcam: a derrota na Sertã (que nos acompanhou durante todos os jogos até garantirmos a manutenção) pela forma como aconteceu e depois a vitória nos Açores frente ao Lusitânia que nos deu o objetivo final e por termos sido os únicos a vencer na condição de visitante naquele campo.

Gostava de salientar que marca também muito o facto de termos tido sempre muita gente nos jogos em casa e com um aumento de público de jogo para jogo, o que por si só, é um motivo de muita satisfação.

Derivado ao seu posto, certamente que conhece a série C do campeonato de Portugal ao pormenor. Há alguma equipa, jogador, treinador, jogo, surpresa, confirmação, um aspeto táctico no jogo do adversário até, que também merece destaque da sua parte?

Acho que em termos coletivos a grande surpresa foi a classificação final do Rabo de Peixe, pois possuía um plantel com jogadores muito bons e acabou por não ter sucesso.

Um aspecto menos positivo, foi a Série C ter tido vários casos de secretaria e vários jogos adiados (aqui sem responsabilidade de ninguém), o que compromete um bocadinho a verdade desportiva no decorrer da temporada.

Em termos individuais, provavelmente o jogador que nos causou mais dano, foi o Telmo Watche do Lusitânia, no jogo da primeira volta.

A quem têm que agradecer por esta época?

Aos obreiros de sempre, os jogadores. Sem eles nada disto teria sido possível. O culminar de três temporadas extraordinárias, tendo em conta as condições e o contexto que temos comparativamente com os oponentes que defrontamos.

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