Setembro 19, 2024

“Queremos estabilizar os Limianos nos Nacionais” Rui Carvalhal

Rui Carvalhal em entrevista ao nosso projeto, falou sobre o seu percurso como treinador, abordou o o projeto do Limianos e também sobre as características da Serie A do campeonato de Portugal, onde estão inseridos.

35 anos apenas, mas já com 5 épocas de Campeomato de Portugal. Como tem sido esta viagem?
Tem sido uma viagem incrível, com bons e maus momentos, percorrida com muita paixão e dedicação, porque só assim conseguimos ultrapassar os momentos mais difíceis que são muito duros.
Este campeonato é muito competitivo, onde é extremamente difícil vencer a cada fim-de-semana, por isso, temos que ser claramente muito resilientes e focados todos os dias. Estar há 5 anos consecutivos neste campeonato por si só já é extremamente difícil e enche-nos de motivação para continuar a nossa viagem.

Começando la atrás, entraste pela mão do Cerveira nos Nacionais, numa equipa que deixou boa imagem. No entanto fala-nos um pouco da realidade e dificuldades de um clube pequeno, longe dos maiores centros urbanos.
O Cerveira permitiu-nos a estreia neste campeonato, numa situação em que entrámos a meio do campeonato com pouco conhecimento da prova e dos jogadores, pois vínhamos de uma realidade distrital em Ponte da Barca. Foi tão duro quanto motivador; chegamos cheios de ilusão e com a vontade de vencer de quem quer agarrar a oportunidade com todas as forças. Na primeira temporada, interrompida pela Covid19, vencemos 3 jogos em 9, o que, para a realidade do Cerveira, estava a ser positiva. Na segunda temporada, começámos muito bem, fomos competitivos em todos os jogos, apresentámos bom futebol, mas alguns resultados menos positivos aliados a um tremendo desgaste levaram-nos a pedir para sair.
Não somos profissionais, e acumular o nosso trabalho com as viagens à noite não é fácil; a acumulação de todos os fatores acabou por ditar o desfecho. Encontrámos gente muito boa e um grande apoio, mas com muitas dificuldades em criar condições de estrutura e financeiras para a equipa ser competitiva numa prova muito exigente como o Campeonato Português.

No Cerveira e Merleinense, os projetos terminaram a meio da época. O que aconteceu? E na verdade ambas acabaram por descer…
No Cerveira, a primeira época foi interrompida pela Covid19, e a segunda época pelos motivos que referi anteriormente.
Relativamente ao Merelinense, na primeira temporada, a preparação da mesma foi atrasada devido ao impasse diretivo, sendo que a direção decidiu no limite de tempo continuar para o clube competir. Um bom clube, com boas pessoas, bem localizado, mas com um corte financeiro considerável. Felizmente, conseguimos construir uma equipa jovem assente na formação do clube e atingimos o principal objetivo do clube, que era a manutenção, apostando na “cantera” e no potenciar de jovens jogadores. Época dura, mas bem conseguida por todo o clube.
Na segunda temporada, novo impasse diretivo e, desta vez, a direção não continuou. Quem entrou teve a dificuldade de não ser de Merelim, não conhecer o clube, e ter que procurar apoios para construir uma equipa nova. Perante as dificuldades, construímos uma equipa de raiz, assente na juventude, praticámos bom futebol, sempre muito competitivos e potenciaram-se jogadores para patamares profissionais. Decidimos sair em dezembro devido ao desgaste de uma época e meia duríssimas, ainda que o clube lutasse pela manutenção até à última jornada, o que, infelizmente, acabou por não acontecer. Contextos diferentes, com treinos à noite, direções com pessoas dedicadas, de trabalho, mas com poucos apoios e dificuldades óbvias para suportar os custos de uma prova como o Campeonato de Portugal.

Um Limianos que entra bem na época, inclusive elimina o Varzim da Taça. Que projeto é este?
Nos Limianos, entrámos muito bem na época, rapidamente consolidámos a forma de jogar, tivemos muito bons jogos, com a dificuldade de alguns resultados não corresponderem ao que a equipa justificou em campo. Poderíamos e deveríamos ter conquistado mais 7/8 pontos, o que seria justo face ao que produzimos, mas o futebol é assim.
Na Taça de Portugal, encontrámos duas equipas de Liga 3 fortíssimas, eliminámos uma, outra não conseguimos. Temos um excelente grupo de trabalho, uma direção forte, boas condições de trabalho e bons jogadores. Queremos fazer um bom campeonato, se possível, no primeiro terço da tabela, com objetivo de estabilizar o clube nas provas nacionais, o que, infelizmente, “Os” Limianos não tem conseguido.

Todos os vossos jogos foram equilibrados. Achas que é está a principal característica da vossa série?
A Série A é tremendamente competitiva, raramente as equipas têm conseguido vitórias competitivas. Quatro pontos separam o 3º lugar dos lugares de despromoção, o que atesta isso mesmo. Exceção a este equilíbrio neste momento é o grande momento que o Camacha atravessa, que claramente se destacou.
Está tudo em aberto para todas as outras equipas o que será uma luta até o final para cada equipa atingir os seus objetivos.

 

 

 

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